sábado, 25 de setembro de 2010

Caderno do eu


Não sei quando começou. O ar falta, os músculos retraem, os olhos se fecham, os punhos se cerram, as extremidades formigam e meu corpo todo estremece. Disseram que é ansiedade. Mas o quê eu anseio se nada nessa realidade me interessa?
Na verdade, quando a água do banho escorre em meu rosto, ela não esconde nada. A lágrima que cai é uma simples lembrança. Não é saudade, não é dor. O que passou é passado e o que se passa não é novidade, como em um disco arranhado. Já o que vai passar quero que passe o mais rápido possível pra não ter tempo de refletir. Erros todo mundo comete, mas da maioria não me arrependo. Não tenho comprometimentos até porque ninguém nunca me cobrou, por medo ou indiferença. Também não me interessa o que dizem, só o que fazem. E nunca espero nada de ninguém.